quarta-feira, 24 de novembro de 2010

“DEUS TEM UM PLANO” - CARTOMANCIA GERENCIAL HISTÓRICA DISFARÇADA DE FÉ

A maioria dos evangélicos são arminianos e por isso abominam a doutrina da predestinação. Querem ser compassivos com o humanismo e com o princípio do livre-arbítrio.

Mas existe uma paranóia neste meio e esta já produziu um bordão - “Deus tem um plano”. Todos eles falam disso, crêem nisso, proclamam isto o tempo todo e por aí vai.

Mas será que existe este tal “plano de Deus”? E se existe como podemos descobri-lo? As afirmações dos crentes com relação este tal plano é fruto de uma convicção bíblica solidamente fundamentada ou é apenas mais uma daquelas frases de evento tão em voga em nossos dias?

Só para conversarmos faço as seguintes pontuações extraídas de da seção “cartas” do site www.caiofabio.net por considerar a melhor definição sobre esta questão atual:

1. Se Deus tem um plano, o plano é Dele, e não meu. E se Ele tem um plano, nunca me disse qual era. Não no sentido de mapa e guia de encontros; tipo “Par Perfeito”.

2. Se Deus tem um plano, saiba: não é um roteiro de cinema, nem uma corrente de eventos revelada à priori, nem um mapa a ser seguido, nem qualquer forma de determinismo.

3. Além disso, aos que Ele disse qualquer coisa, disse apenas coisas relacionadas à mensagem a ser anunciada, mas não deu detalhes sobre a vida de ninguém. Do contrário, o justo não viveria pela fé, mas pelo plano.

4. Esse tal “plano de Deus” dos crentes, não só é vício pagão, como é uma espécie de cartomancia gerencial histórica, disfarçada de fé. E nisso há tudo—insegurança, idiotice, infantilismo, ignorância, covardia, etc. — menos fé.

5. O plano sou eu. O plano são os dons que Ele me deu. O plano são as boas oportunidades. O plano é a capacidade de realizar o que é bom. O plano é viver com bom senso conforme o Evangelho.

6. Esse negócio do plano de Deus é doença de crente pentecostal, que adora saber à priori o que ninguém sabe ou deveria saber; pois, quando assim é, a pessoa se infantiliza, e jamais cresce na vida, ficando  paralisada e cada vez mais amargurada.

7. O plano de Deus é que você ande pela fé e com o coração buscando discernir e aplicar o que é bom — tanto pra você quanto para os outros!

8. Sim! O plano de Deus é este: “O que quereis que os homens vos façam, fazei isto mesmo antes a eles”.

domingo, 14 de novembro de 2010

A “OUTRA” IGREJA POSSÍVEL

O cardeal Carlo M. Martini, jesuíta, biblista, arcebispo que foi de Milan em seu livro de confidências e confissões Colóquios noturnos em Jerusalém, declara: “Antes eu tinha sonhos acerca da Igreja. Sonhava com uma Igreja que percorre seu caminho na pobreza e na humildade, que não depende dos poderes deste mundo; na qual se extirpasse pela raiz a desconfiança; que desse espaço às pessoas que pensem com mais amplidão; que desse ânimos, especialmente, àqueles que se sentem pequenos o pecadores. Sonhava com uma Igreja jovem. Hoje não tenho mais esses sonhos”. Esta afirmação categórica de Martini não é, não pode ser, uma declaração de fracasso, de decepção eclesial, de renúncia à utopia. Martini continua sonhando nada menos que com o Reino, que é a utopia das utopias, um sonho do próprio Deus.

Ele e milhões de pessoas na Igreja sonham com a “outra Igreja possível”, ao serviço do “outro Mundo possível”.

A outra igreja possível deverá ser radical na procura da justiça e da paz, da dignidade humana e da igualdade na alteridade, do verdadeiro progresso dentro da ecologia profunda.

A outra igreja possível poderá fazer uso do Pacto das Catacumbas que em seus 13 pontos insiste na pobreza evangélica da Igreja, sem títulos honoríficos, sem privilégios e sem ostentações mundanas; insiste na colegialidade e na corresponsabilidade da Igreja como Povo de Deus e na abertura ao mundo e na acolhida fraterna.

A outra igreja possível desejará viver, à luz do Evangelho, a paixão obsessiva de Jesus, o Reino. Há de querer ser a Igreja da opção pelos pobres, comunidade ecumênica e macroecumênica também.

A fé da outra igreja possível, o Deus em quem acreditamos, o Abba de Jesus, não pode ser de jeito nenhum causa de fundamentalismos, de exclusões, de inclusões absorventes, de orgulho proselitista. Chega de fazermos do nosso Deus o único Deus verdadeiro. A Igreja será uma rede de comunidades orantes, servidoras, proféticas, testemunhas da Boa Nova: uma Boa Nova de vida, de liberdade, de comunhão feliz.

A obra da outra igreja possível terá como pregação e imitação uma Boa Nova de misericórdia, de acolhida, de perdão, de ternura, samaritana à beira de todos os caminhos da Humanidade. Seguiremos fazendo que se viva na prática eclesial a advertência de Jesus: “Não será assim entre vocês” (Mt 21,26). Seja a autoridade o serviço.

A outra igreja possível se comprometerá, sem medo, sem evasões, com as grandes causas de justiça e da paz, dos direitos humanos e da igualdade reconhecida de todos os povos. Será profecia de anuncio, de denúncia, de consolação. A política vivida por todos os integrantes desta igreja será aquela “expressão mais alta do amor fraterno”.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

“DEUS ESTÁ MORTO”

"Deus está morto" é uma frase muito citada do filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900). Aparece pela primeira vez em A gaia ciência, na seção 108 (Novas lutas), na seção 125 (O louco) e uma terceira vez na seção 343 (Sentido da nossa alegria). Uma outra instância da frase, e a principal responsável pela sua popularidade, aparece na principal obra de Nietzsche, Assim falava Zaratustra.

Deus está morto! Deus permanece morto! E quem o matou fomos nós!

"Deus está morto" é talvez uma das frases mais mal interpretadas de toda a filosofia. Entendê-la literalmente, como se Deus pudesse estar fisicamente morto, ou como se fosse uma referência à morte de Jesus Cristo na cruz, ou ainda como uma simples declaração de ateísmo são ideias oriundas de uma análise descontextualizada da frase, que se acha profundamente enraizada na obra nietzscheana. O dito anuncia o fim dos fundamentos transcendentais da existência, de Deus como justificativa e fonte de valoração para o mundo, tanto na civilização quanto na vida das pessoas — segundo o filósofo, mesmo que estas não o queiram admitir. Nietzsche não se coloca como o assassino de Deus, como o tom provocador pode dar a entender: o filósofo enfatiza um acontecimento cultural, e diz "fomos nós que o matamos".

A frase não é nem uma exaltação nem uma lamentação, mas uma constatação a partir da qual Nietzsche traçará o seu projeto filosófico de superar Deus e as dicotomias assentes em preconceitos metafísicos que julgam o nosso mundo — na opinião do filósofo, o único existente — a partir de um outro mundo superior e além deste. A morte de Deus metaforiza o fato de os homens não mais serem capazes de crer numa ordenação cósmica transcendente, o que os levaria a uma rejeição dos valores absolutos e, por fim, à descrença em quaisquer valores. Isso conduziria ao niilismo, que Nietzsche considerava um sintoma de decadência associada ao fato de ainda mantermos uma "sombra", um trono vazio, um lugar reservado ao princípio transcendente agora destruído, que não podemos voltar a ocupar. Para isso ele procurou, com o seu projecto da "transmutação dos valores", reformular os fundamentos dos valores humanos em bases, segundo ele, mais profundas do que as crenças do cristianismo.

Segundo ele, quando o cheiro do cadáver se tornasse inegável, o relativismo, a negação de qualquer valoração, tomaria conta da cultura. Seria tarefa dos verdadeiros filósofos estabelecer novos valores em bases naturais e iminentes, evitando que isso aconteça. Assim, a morte de Deus abriria caminho para novas possibilidades humanas. Os homens, não mais procurando vislumbrar uma realidade sobrenatural, poderiam começar a reconhecer o valor deste mundo. Assumir a morte de Deus seria livrar-se dos pesados ídolos do passado e assumir sua liberdade, tornando-nos eles mesmos deuses. Esse mar aberto de possibilidades seria uma tal responsabilidade que, acreditava Nietzsche, muitos não estariam dispostos a enfrentá-lo. A maioria continuaria a necessitar de regras e de autoridades dizendo o que fazer, como julgar e como ler-o-mundo.



segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O DIA DA MORTE

O Dia dos Fiéis Defuntos, Dia dos Mortos ou Dia de Finados é celebrado pela Igreja Católica no dia 2 de Novembro.

Desde o século II, alguns cristãos rezavam pelos falecidos, visitando os túmulos dos mártires para rezar pelos que morreram. No século V, a Igreja dedicava um dia do ano para rezar por todos os mortos, pelos quais ninguém rezava e dos quais ninguém lembrava. Também o abade de Cluny, santo Odilon, em 998 pedia aos monges que orassem pelos mortos. Desde o século XI os Papas Silvestre II (1009), João XVII (1009) e Leão IX (1015) obrigam a comunidade a dedicar um dia aos mortos. No século XIII esse dia anual passa a ser comemorado em 2 de novembro, porque 1 de novembro é a Festa de Todos os Santos. A doutrina católica evoca algumas passagens bíblicas para fundamentar sua posição (cf. Tobias 12,12; Jó 1,18-20; Mt 12,32 e II Macabeus 12,43-46), e se apóia em uma prática de quase dois mil anos.

O Dia de Finados para a Fé Protestante

Os Protestantes em geral, afirmam que a doutrina da Igreja Católica, que recomenda a oração pelos falecidos, é desprovida de fundamento bíblico. Segundo eles, a única referência a este tipo de prática estaria em II Macabeus 12,43-46. Porém os protestantes e evangélicos, pelo fato de serem, Ansinus in cathedra, não reconhecem a canonicidade deste livro e nem a legitimidade desta doutrina, uma vez que o Protestantismo não se submete às tradições católicas.

Segundo a interpretação protestante, a Bíblia diz que a salvação de uma pessoa depende única e exclusivamente da sua fé na graça salvadora que há em Cristo Jesus e que esta fé seja declarada durante sua vida na terra (Hebreus 7.24-27; Atos 4.12; 1 João 1.7-10) e que, após sua morte, a pessoa passa diretamente pelo juízo (Hebreus 9.27) e que vivos e mortos não podem comunicar-se de maneira alguma (Lucas 16.10-31).

Os Protestantes observam o dia de Finados para lembrar das coisas boas que os antepassados deixaram, como o legado de um caráter idôneo, por exemplo. Mas acreditam que as pessoas precisam ser cuidadas, unicamente, enquanto estão vivas.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.