quinta-feira, 28 de março de 2013

PECADO DE GERAÇÃO, CURA DE GERAÇÕES E MALDIÇÕES HEREDITÁRIAS À LUZ DA BÍBLIA



Hoje existem centenas de Igrejas Evangélicas que estão ensinando entre seus membros ou aos que se aproximam de suas comunidades a “cura de gerações” geralmente chamada de “maldições hereditárias”, seus progenitores alegam que esta é uma doutrina cristã, na verdade não é como veremos ao longo do texto.
Esta crença e prática supersticiosa é basicamente oriundas das seitas neopentecostais, também designada como o evangelho da maldição ou quebra de maldições, maldições hereditárias, maldição de família e pecado de geração. No Brasil a crença tem origem com a “Igreja” Renascer em Cristo e também na seita de Edir Macedo, que foram sendo espalhada para outras igrejas do segmento neopentecostais, pentecostais e até algumas igrejas renovadas.
Esta falsa doutrina que é produto de um moderno misticismo supersticioso, é aparentemente conciliável com a concepção de “carma” ou “karma” no budismo oriental. Para entendermos o que representa esta “aberração doutrinaria” ela corresponde em síntese a:
Um mal invisível, cujo homem não vê e que pode ter atingido ou atingir qualquer ser humano por intermédio do que eles denominam de “espíritos familiares”, transmitido durante séculos pela linhagem sanguínea e por influência destes mesmos “espíritos” que exercem algum “poder” ou “magia” - como alegam os progenitores desta falsa doutrina -, com aflições espirituais e corporais sob os que a possuem, até que tal “maldição” seja quebrada através de libertações geralmente produzidas por pastores da mesma linhagem doutrinária.
A expressão “espíritos familiares” usada acima é utilizada arbitrariamente pelos pregadores de tal crença para justificá-la biblicamente, o termo é retirado de citações do Antigo Testamento, como (Levítico 19.31); na versão bíblica “King James” tradução produzida pela Igreja Anglicana.
Tal expressão designa “entidades”, “demônios” e “anjos decaídos” que exercem nos adivinhos a atividade da comunicação com os mortos e com os cristãos atuando na condução dos mesmos no âmbito de suas inclinações emocionais, sentimentais, carnais e físicas ao pecado. A palavra “familiares” no plural é utilizada para complementar a denominação destes “espíritos” pelo fato destes, como alegam os pregadores desta crença, terem forte influência e pendurarem em gerações de famílias humanas com seus planos nefastos.
É completamente descabida esta argumentação, a versão “King James” inglesa da Bíblia, não é uma das melhores traduções bíblicas como seguram muitos cristãos. A tradução produzida por São Jerônimo nos séculos IV e V, que chamada de Vulgata Latina, ocupou a reflexão da Igreja por séculos e os textos latinos nada mencionam o termo “espíritos familiares” assim como as versões católicas recentes não aludem. Bem como a NVI, considerada uma das melhores traduções produzida por tradutores e exegetas de cunho protestante e evangélico desconhece tal termo traduzindo apenas por “... médiuns,... espíritas.”
Assim forjar textos e procurar traduções cômodas para justificar conceitos e “doutrinas” não traduz princípios básicos de hermenêutica é pura picaretagem moderna. Essa versão não repercute nem induz qualquer afirmação da existência de “espíritos familiares” quando traduzido nem para a língua latina e nem tampouco para a língua portuguesa.
Pode surgir a pergunta: as Sagradas Escrituras dão embasamento para afirmar que os cristãos podem estar de alguma forma sob o jugo de maldições ancestrais ou qualquer tipo de crença parecida?
A resposta é não. Isto nunca foi parte da pregação apostólica e nem encontra fundamento nos textos bíblicos. Os Pais da Igreja nunca mencionaram tal crença entre os cristãos no decorrer dos cinco primeiros séculos. Aliás, os textos bíblicos refutam qualquer possibilidade de “gerações” levarem ou trazerem qualquer peso, mancha ou maldições ou ainda os pecados de seus pais. Vejamos o que diz o profeta Ezequiel:
Contudo perguntais: Por que não levará o filho a maldade do pai? Porque o filho fez justiça e juízo, guardou todos os meus estatutos, e os praticou, por isso certamente viverá. A alma que pecar, essa morrerá. O filho não levará a maldade do pai, nem o pai levará a maldade do filho. A justiça do justo ficará sobre ele, e a impiedade do ímpio cairá sobre ele. (Ez 18,19-20).
Há outros textos e citações (Dt 24,16; Jr 31,30; Ez 18, 2-4; Ex 18,4; 20, 5-6; Lv 19, 17) que fazem oposição a qualquer afirmação que alude a esta crença supersticiosa oriunda do neopentecostalismo. Não existe compatibilidade desta crendice com a “Sã doutrina”. Boas considerações a respeito do pecado, o perdão de Deus, a regeneração do ser humano que o torna filho de Deus, trazendo-o ao convívio com a graça de Deus, que nos liberta do pecado, e nos incorpora em Cristo acabam por aniquilar qualquer possibilidade de “maldição hereditária”.
“Deus é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (I Jo 1,9), ou seja, ele não leva em conta as “faltas dos pais sobre os filhos” como podemos ler acima. Como então estas supostas faltas ou maldições e até perseguições demoníacas poderiam ligar-se a gerações inteiras de pessoas, por conta de parentes de séculos atrás que erraram ou foram amaldiçoados? É absurdo, logicamente improvável, não existem brechas para invenções do tipo.


sexta-feira, 22 de março de 2013

A DIVINA COMÉDIA - ALGUMAS COISAS QUE ME FAZEM RIR E CHORAR NA IGREJA EVANGÉLICA


Que os evangélicos perderam o “fio da meada” isso já é de muito comprovado, mas a infantilidade e o superficialismo que vem tomando conta e esparramando por entre seus lagares é cada dia mais abundante. Observando algumas práticas da igreja evangélica às vezes pela TV ou mesmo ao vivo, presenciado de corpo presente algumas estripulias dos crentes, percebe-se que há duas coisas, primeiro uma falta de bom senso, segundo um engodo tamanho que me parece ter tomado conta não só do rebanho, mas também do pastor.

A unção com óleo, tão restrita textualmente no NT, tem sido a preferência nacional da idiotice oleaginosa dos líderes atuais. Já se unge tudo. Desde a carteira de trabalho até o órgão reprodutor masculino. Encruzilhadas viram pontos estratégicos para derramamento de óleo numa espécie de “despacho evangélico”.

Atos proféticos são outra destas doidices de crentes. Certa pastora entendeu que havia recebido orientação para fazer um ato profético de esfaqueamento de um caixão cheio de pedaços de papéis com os pecados dos crentes, para só então estes desgraçados pecadores verem sua desgraça revertida. Ingenuidade, idiotice, esquizofrenia de crente, seja o que for este teatrinho anula o sacrifício de Cristo.

Orações contrárias é outra superstição dos crentes, que ensinam poder rogar a desgraça e a desventura na vida de seus desafetos, determinando em nome do Senhor o castigo sobre os seus oponentes. Ai daquele chefe de trabalho que perseguir tal crente, do vizinho que perturbar o bom sono deste “filho de deus”, eles correm sério risco de terem seus nomes costurados na “boca do sapo gospel”. De onde estes caras tiraram isso? Como isso chegou entre os que um dia já foram considerados paladinos da verdade do Evangelho?

A cartografia espiritual é outro erro grotesco entre esse grupo. Acreditam que existem determinados locais que estão tomados pelo poder das trevas, e cabe à igreja identificar estes locais e fazer a quebra destas correntes declarando que aquele local, cidade, território é do Senhor Jesus Cristo. Que fácil! Que genial! Que falácia!

Já estão acontecendo no meio evangélico àquelas famosas operações invisíveis que a gente costuma ver em programas sensacionalistas da TV. Coisa que também se presencia em centros espíritas em todo o país. O “profeta” leva uma maca para o culto e fazem-se operações invisíveis nas pessoas. É tudo invisível inclusive o resultado!

E quando olhamos para as diferentes “unções” que tem no picadeiro evangélico? Aí sim que ficamos cheio da “unção do riso”, tamanha a infantilidade. Temos por exemplo a “unção do patrão”, “unção das partes íntimas” das mulheres para não serem mais cobiçadas, dos homens para não nascerem filhos amaldiçoados, “unção da justificação”, “unção de conquista”, “unção dos quatro seres (ou dos animais)”, e tantas outras que aparecem a partir da “unção da criatividade” da liderança evangélica.
Tenho que admitir: A igreja evangélica brasileira existe, está na mídia, cresce, arrebanha multidões.
Mas teimo em perguntar: Mas se ela continuar a existir, o que será nas próximas gerações? E de que será feito as cores da lona que cobrirá esse imenso picadeiro?
Enquanto não se define, eu vou vendo o espetáculo, rindo com a comédia e chorando com o drama, um drama que certamente terminará com todos nós diante do tribunal de Cristo.