Muitos séculos antes do nascimento
de Cristo, a troca de ovos no Equinócio da Primavera (21 de
Março) era um costume que celebrava o fim do Inverno e o início de uma estação
marcada pelo florescimento da natureza. Para obterem uma boa colheita, os
agricultores enterravam ovos nas terras de cultivo.
Quando a Páscoa cristã começou a ser celebrada, a cultura
pagã de festejo da Primavera foi integrada na Semana Santa. Os cristãos
passaram a ver no ovo um símbolo da ressurreição de Cristo.
No Oriente colorir e decorar ovos são um costume também
bastante antigo, praticado nos países da Europa de Leste, os ortodoxos
tornaram-se grandes especialistas em transformar ovos em obras de arte. Da Rússia à Grécia, os ortodoxos costumam pintar os ovos de vermelho. Já na Alemanha, a cor dominante é o verde.
Na Europa
Oriental, o hábito passou aos demais países. Eduardo I de Inglaterra oferecia ovos banhados em ouro aos
súditos preferidos. Luís XIV de França os mandava pintados e decorados, como
presentes.
Os ovos de chocolate vieram dos Pâtissiers franceses que recheavam ovos de
galinha, depois de esvaziados de clara e gema, com chocolate e os pintavam por
fora. Com melhores tecnologias, a partir do final do século XIX, se difundiram
os ovos totalmente feitos de chocolate, utilizados até hoje.
Para
os judeus a páscoa significa “passagem”, por isso o nome da festa é Pessach
(passagem). De acordo com a tradição judaica, a primeira celebração de Pessach
ocorreu há 3500 anos, quando o Senhor enviou dez pragas sobre o povo do Egito.
Antes da décima praga, – que seria a morte dos primogênitos das famílias egípcias
- Moisés foi instruído por Deus a pedir que cada família hebreia
sacrificasse um cordeiro e molhasse os umbrais (mezuzót) das portas, para que
seus primogênitos não fossem exterminados.
Os
primeiros cristãos passaram a comemorar a Páscoa, como conhecemos hoje, porque
viram uma relação entre a libertação do povo de Deus no Egito e a libertação da
morte para a vida, pregada por Jesus.
E os
ovos? A maioria dos novos evangélicos não compram, não comem e excomungam os
que comem tais oferendas de deliciosos chocolates. Não o fazem por entenderem
que os ovos provêm de uma festa pagã e imaginam que estes ovos estão
paganizados ou satanizados. Eu compro, ofereço e como ovos de páscoa. Aprecio
pelo chocolate, não pelo dia. Ainda não sabia nada sobre esta tal “deusa Ostera”
e já me banqueteava com estes saborosos ovos. Comi e nunca fiquei “doente”,
nem virei idólatra, nem neguei a Cristo.
Falta
a estes irmãos a leitura de Paulo conforme seus conselhos na 1 Carta aos
Coríntios 8, lá encontramos umas afirmações que podem ser usado sobre estes “malditos
ovos deliciosos de páscoa”. Veja:
1º).
O ídolo não é NADA, ou seja, dizer que
ovos de páscoa é alusão a deusa Ostera não me comove, porque Ostera NADA É –
“Assim que, quanto ao comer das coisas sacrificadas aos ídolos, sabemos que o ídolo nada é no mundo, e que não há
outro Deus, senão um só”.
(v. 4);
2º). O problema não é com os OVOS, mas com a
CONSCIÊNCIA – “Mas nem em todos há
conhecimento; porque alguns até agora comem, com consciência do ídolo, coisas
sacrificadas ao ídolo; e a sua
consciência, sendo fraca, fica contaminada.” (v. 7)
3º). Comer ou deixar de comer não INTERFERE NA
RELAÇÃO COM DEUS – “Ora a comida não nos faz
agradáveis a Deus, porque, se comemos
nada temos de mais e, se não
comemos, nada nos falta.” (v. 8)
4º).
Comer ou deixar de comer depende do
respeito para com a consciência fraca do irmão – “Mas vede que essa
liberdade não seja de alguma maneira escândalo para os fracos. Porque, se alguém te vir a ti, que tens ciência,
sentado à mesa no templo dos ídolos, não será a consciência do que é fraco
induzida a comer das coisas sacrificadas aos ídolos? E pela tua ciência perecerá o irmão fraco, pelo qual
Cristo morreu.” (vs 9-11)
Não desmereço os irmãos que tem tamanha fraqueza
para com estes festas, nas quais eles não podem nem ouvir falar que arrepiam.
Meu conselho é que estes irmãos não só deixam de comer os ovos, mas também que
busque conhecer o Evangelho e fuja de tanto misticismo e tanta espiritualidade
onde nada mais é do que superstição e ignorância. Se naquela época tal
festividade apontava para estes ocultismos agora os dias são outros. O entendimento
é outro. Ovos de páscoa não são promovidos por nenhuma religião ocultista. Quem
os fabrica, promovem e vendem é o comércio. Este ano o comércio deve aquecer as
vendas em 12% a mais com as vendas de ovos de páscoa.
Podemos
utilizar sem sermos supersticiosos o símbolo do “ovo” como uma imagem de
renovo, de renascimento, de recomeço de vida. Esta mensagem pode ser enfatizada
neste período. Bem melhor que ficar condenando e demonizando os deliciosos ovos
de chocolate.