O IBGE já
publicou sua pesquisa afirmando que a cada ano no Brasil cresce o número de
pessoas que se diz crer em Deus, mas não está ligada a nenhuma religião
institucional.
O filósofo americano
Sam Harris afirma que é possível ter experiências espirituais sem passar pelo
caminho da religião. Ele é um dos principais defensores de uma corrente chamada Novo
Ateísmo.
Ele conta que
em visita ao monte das grandes bem-aventuranças foi invadido por uma profunda
felicidade, que silenciou seus pensamentos. Entretanto para ele não houve uma
experiência de transcendência religiosa, mas apenas uma expansão da
consciência, natural e ordinária.
Em seus livro “Despertando”,
recém-lançado nos Estados Unidos, mostra como é possível chegar à
transcendência e a mais plena felicidade sem se aproximar da essência divina. Mais
que isso, ensina técnicas como, meditação, respiração e até uso de alucinógenos,
que facilitam o até a espiritualidade dos ateus.
"A
espiritualidade deve ser distinta da religião. Pessoas de todos os credos e
aquelas que não têm fé alguma têm os mesmos tipos de experiências espirituais.
Um princípio mais profundo deve estar em funcionamento", afirma Harris.
É esse "diamante
escondido" que o filósofo pretende arrancar das religiões, usando para
isso os últimos achados científicos sobre o cérebro e, principalmente, seu
ceticismo ferrenho. Harris acredita apenas no que pode ser provado por
experimentos científicos e, portanto, alma, Deus ou revelações da essência
superior não entram na espiritualidade que defende em seu livro.
Na descoberta do filósofo, transcendência e amor incondicional são
algumas das experiências mais importantes que as pessoas têm em suas vidas. Mas
a maioria delas interpreta esses episódios pela lente da religião. Isso não faz
sentido, porque cristãos, muçulmanos, judeus, budistas e ateus têm o mesmo tipo
de experiências. Então sabemos que nenhuma dessas doutrinas religiosas
incompatíveis pode ser a melhor explicação para seu significado.
Na sua visão, espiritualidade é um processo de descoberta de algumas
coisas sobre a natureza da consciência por meio da introspecção. A
consciência não é um espaço delimitado, ela pode ser alterada ou expandida. A
espiritualidade é essa transcendência do eu.
A espiritualidade continua sendo o grande vazio das doutrinas seculares,
do humanismo, do racionalismo, do ateísmo e de todas as outras posturas
defensivas que homens e mulheres assumem diante da presença da fé irracional. Mas
há um caminho do meio entre fazer da espiritualidade uma experiência religiosa
e não ter espiritualidade alguma. O
caminho é buscar desenvolver sua espiritualidade sem se prender a uma religião
instituída.
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